The Wonders of My Universe

Abril 01 2009

Ora aproveitando o facto de hoje não ser dia das mentiras, vou descrever algumas verdades da minha não tão breve história.

 

Assim sendo, e começando pelo principio, decorria o ano de 1712 quando a minha progenitora me apresentou à vida.

 

Nesse tempo, e para os que não se recordam, partiria para Roma, 5 dias volvidos, o embaixador extraordinário D.Rodrigo de Sá Almeida e Menezes (Marquês de Fontes), mais tarde denominado por Marquês de Abrantes.

 

Passou dias, meses e anos até à minha chegada à maioridade. Lembro-me perfeitamente do ano de 1730. Ano esse em que Portugal restabeleceu as relações diplomáticas com a França e em que os Holandeses abandonaram Moçambique.

 

Lembro-me da festa no palacete do Grão Duque de Angeiras, meu estimado tio, que me deixou pela primeira vez entregar-me de corpo e alma a uma jovem franzina mas arrebitada. Não mais me esqucerei desse momento, que mudou a minha vida e a minha forma de pensar e encarar cada situação futura.

 

Os anos foram passando rapidamente...em 1742 lembro-me de presenciar a primeira máquina a vapor a funcionar no Reino de Portugal...Um acontecimento na altura! Hoje vocês jovens não dão valor aos transportes que tendes, mas nessa altura só uns privilegiados é que tinham a oportunidade de se deslocar em tais máquinas. Eu não fui um deles...

 

Em 1802, na altura com uns (modestos) 90 anos, fiz a minha primeira deslocação para o exterior do Reino. Lembro-me do Passaporte usado na altura. Com a descrição da minha estrutura física (olhos, altura, côr do cabelo, aspecto da cara...), a assinatura e permissão do governo, bem como o motivo da viagem. Não como os actuais que basta uma fotografia e espaço em branco para o carimbo e os vistos.

 

Corria o ano de 1807 quando cheguei à  Australia, pertença do Reino de Inglaterra e governada pelo Capitão William Bligh. Na altura o entusiasmo era geral, devido à descoberta do Rio Clyde pelo Tenente Thomas Laycock. Meses mais tarde o inglês Robert Davidson abria a primeira lavandaria em Sydney. Confraternizei muito com o Robert, foi uma boa companhia nas noites de boémia.

 

Em 1872 decido rumar para novos destinos e chego a França. Tempos conturbados, sendo que foi nesse ano que Louis Ducos du Hauron criou a primeira fotografia a cores. Apesar disso só visualizei uma em 1913, ano em que habitava no Canadá, a tempo de presenciar a terceira vitória electoral consecutiva por maioria de Arthur Sifton. No final do ano a construção da estação de comboios transcontinental completava-se e pude experimenta-la em maio de 1914, na altura com 202 anos.

 

Voltei para Portugal duas décadas depois...em plena época salazarista e já com rumores da possibilidade de existência de uma nova Grande Guerra. Tinha-me livrado de participar na primeira por favor de um tenente coronel doutor, que me tinha dispensado por um certo reumatismo que começava a apoderar-se de mim.

Este Portugal que encontrei não era de forma alguma o que tinha deixado 133 anos antes. A modernidade tinha chegado, embora de forma silenciosa e discreta devido às politicas existentes. O medo mantinha-se de se expressarem, mais ainda que em alturas monárquicas. Mas aproveito para vos informar que não era pelas PIDEs ou por António Salazar. O motivo era outro, e nunca foi revelado. Mas digo-o eu agora, em paz de alma com os meus 297 anos de idade. O medo de falar deveu-se a um rumor que surgiu em 1928, ano esse em que Portugal foi visitado por 5 hindus que ameaçaram mil desgraças àqueles que mal falassem e mal pensassem da realidade do seu país bem como do abuso da sua liberdade, liberdade essa que era imaginária em todas as nações não só na nossa.

 

A meu ver Salazar foi um pobre coitado que serviu de bode expiatório para manter em sigilo a ameaça hindu, segundo conversas da altura não sabia ler nem escrever e tudo o que dizia era selvaticamente decorado momentos antes, após horas e horas de treino por profissionais da altura.

 

A notícia que as ameaças hindus eram falsas surgiu nos finais de Março de 1974, ao terem sido descobertas por sociologos Japoneses. Teve-se então menos de um mês para preparar uma encenação digna de um filme. Chamaram-lhe a revolução dos cravos...não foi mais que um ajuntamento de três dezenas de pessoas a fingirem que estavam a fazer uma "revolução". Lembro-me de estar numa esplanada junto ao Terreiro do Paço, no convivio com amigos, a rir-me que nem um perdido com a palhaçada que se via...     
 

Os anos que se seguiram até à data de hoje são os conhecidos por vós jovens. A tecnologia invadiu o planeta e o monopólio continua a ser um jogo conhecido.

 

Atentamente,

 

El-Duque Wonder Shadow

 

publicado por Wonder Shadow às 16:26

Eu não digo que estou rodeada de pessoas cheias de CRIATIVIDADE!!! Está FANTÁSTICO!!! ;)

Favoritos!!!

:P
Beijinho grande
100jeito a 1 de Abril de 2009 às 20:49

Essa apanhou-me de surpresa...obrigado!!!

Espero que o elogio seja honesto e não devido ao dia :P

Beijinho grande

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