Estava eu a passear pelos olhos na actualidade dos media nacionais e deparei-me com uma notícia que achei interessante e que pode ser lida aqui.
Vou aproveitar para citar alguns excertos que achei fantásticos:
"O autarca admitiu em tribunal que não declarou a totalidade de uma casa em Miraflores e de duas garagens, na década de 90, mas classificou o acto de "normalíssimo".";
"Assumiu ainda que não declarou excedentes de algumas vendas, "à semelhança de todos os cidadãos".";
"...e referiu que tem ainda cerca de 400 mil euros que dizem respeito a "sobras de campanhas eleitorais".
"Até 2005, a lei não impedia a utilização de excedentes das campanhas", justificou. Questionado pela juíza Paula Albuquerque quanto ao destino que tem dado a essas quantias, o arguido afirmou que vai "utilizando", não negando que parte do dinheiro tem sido destinado a "bens pessoais". Isaltino sustentou ainda a existência de elevadas movimentações em numerário com o facto de guardar muito dinheiro em casa – que já ascendeu a 90 mil contos [500 mil euros] – por lhe ser entregue "a título pessoal" e porque, adiantou, "raramente" utiliza cartão de crédito. ".
Ora isto realmente mostra o quão normal são certas coisas na sociedade em que vivemos e que nos passam completamente despercebidas, não porque não as sabemos mas porque não as fazemos.
Um cidadão que desempenha a função de Presidente de uma Câmara Municipal (Oeiras) e que diz frontalmente que é normalissimo não declarar a fuga aos impostos e que ficou com cerca de 400 mil euros para uso pessoal por "sobras de campanhas eleitorais", mostra frontalmente o que se passa nos altos cargos da nossa política (e falo da nossa porque este é um caso português).
E apreciei também o facto de guardar muito dinheiro em casa (já chegou a 500 mil euros) por raramente usar o cartão de crédito...
Em que estará uma pessoa a pensar quando faz e, posteriormente, diz isto como se não fosse algo com a mínima importância? Fica a questão...